Bactéria mineradora substitui tratores e caminhões em mina de cobre

Na natureza, há bactérias que encontram nos minerais suas principais fontes de subsistência.

Para a Acidithiobacillus ferrooxidans, jazidas de calcopirita – formadas por ferro, cobre e enxofre – representam um banquete.

E, para a indústria mineradora, essa referência alimentar pode significar métodos mais sustentáveis para a extração de cobre.

Biolixiviação

Segundo a professora Denise Bevilaqua, da Unesp de Araraquara, é possível aproveitar o metabolismo da A. ferrooxidans para fazer a mineração do cobre – uma técnica chamada biolixiviação.

Enquanto colônias desses microrganismos consomem o ferro das montanhas de calcopirita, elas produzem o ácido sulfúrico necessário para promover a solubilização dos outros metais.

A pesquisa conseguiu ampliar em 100% a capacidade de biolixiviação natural da A. ferrooxidans.

Atualmente a mineração do cobre é realizada por pirometalurgia, que extrai o cobre da calcopirita por combustão, exigindo grandes quantidades de energia.

“Além disso, os rejeitos desse processo sofrem a ação do tempo e ativam o metabolismo da bactéria, que ao lixiviá-los promove contaminação ambiental,” esclarece Denise.

O ambiente natural para a sobrevivência da bactéria mineradora é um meio mineral contendo ferro como fonte de energia, acidez a 2,0 (o normal é 7,0), temperatura a 30º C e alguns sais, como fosfato e potássio.

O projeto recebeu apoio da Vale e, atualmente, a professora Denise está em negociações com empresas interessadas em adotar o processo.

Ainda assim, ela e sua equipe continuam trabalhando para aumentar a eficiência da biomineração.

“Precisamos aprimorar o processo de manipulação dessa bactéria e conseguir a lixiviação bacteriana em escala industrial para recuperação de cobre e outros metais, como já ocorre em países como Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Chile, México”, conclui.

Autor: Jornal Unesp

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